Colaboradores

A minha História

Este blog foi criado em setembro de 2007, aproximadamente um ano e meio após meus pais me resgatarem, quando eu tinha um ano, graças a denuncia do zelador do antigo prédio em que eu morava. A minha mãe não sabia como eu era ou estava, o que ela queria era acabar com o meu sofrimento, e meu pai a apoiou . Eu tinha muitos traumas, e a minha saúde estava péssima, mas com paciência, carinho e amor eles reverteram o cenário.

Quando tudo já estava “tranquilo” em nosso novo apartamento adaptado para mim, chegou a minha irmã Pantera Negra, que foi encontrada vagando pelas ruas com aproximadamente dois anos de idade, e tivemos que mudar mais uma vez. Suas condições de saúde também eram péssimas, mas também revertemos este quadro, e com o passar do tempo descobrimos que possuía duas doenças genéticas.

Além de conhecer estas histórias vocês terão outras trocas de experiência baseadas nas nossas vivências, as vezes boas, as vezes não, e informações sobre o mundo canino aqui. Boa leitura!

Maximiliano Neves Roig

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Anvisa desmente Instituto Royal


Fonte: Crueldade Nunca Mais
irontemDezenas de ativistas derrubaram um portão e invadiram, por volta das 2h desta sexta-feira, o laboratório do Instituto, que fica a 59 km de São Paulo. Eles levaram em carros próprios cães que estavam no complexo, motivados pelas suspeitas de que os bichos sofriam maus-tratos no local, e registraram boletim de ocorrência.
Um segundo boletim, por furto qualificado, foi feito contra os ativistas, com base no relato dos policiais que acompanharam a manifestação e a invasão.
A gerente-geral do Instituto Royal, Sílvia Ortiz, que registrou boletim de ocorrência contra a invasão da empresa por ativistas ligados à associações protetoras dos animais, classificou o ato dos ativistas como terrorismo. Ela admite que a empresa realiza testes com animais, mas nega qualquer tipo de maus-tratos. Afirma ainda que o laboratório segue as regras e tem certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em reportagem para oJornal Hoje, que foi ao ar hoje, sexta-feira, às 13h20.
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Ao final da edição, o apresentador Evaristo Costa, leu uma nota onde a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que a agência não faz as regras para o uso de animais em pesquisa, ou seja, não são definidas pela Anvisa e que a agência não faz essa fiscalização.”
Leia também:

Beagles são resgatados no Instituto Royal

Caso Royal: Veja a cobertura completa

Assista a reportagem do Bom Dia Brasil


Após denúncia de maus-tratos, grupo invade laboratório e leva cães beagle

18/10/2013 04h06 - Atualizado em 18/10/2013 12h15


Ativistas invadiram laboratório de pesquisa em São Roque nesta sexta (18).
Empresa alega que realiza testes dentro de normas e exigências da Anvisa.

Do G1, em São Paulo

Dezenas de ativistas derrubaram um portão e invadiram, por volta das 2h desta sexta-feira (18), o laboratório do Instituto Royal, em São Roque, a 59 km de São Paulo. Eles levaram em carros próprios dezenas de animais que estavam no complexo, segundo a Guarda Municipal da cidade e a Polícia Militar, motivados pelas suspeitas de que os bichos sofriam maus-tratos no local.
boletim_beagle_ativista (Foto: Letícia Macedo/G1)Em boletim de ocorrência de maus-tratos, ativista fala
sobre denúncia de que animais seriam mortos dentro
do prédio do instituto (Foto: Letícia Macedo/G1)
MAPA royal (Foto: Editoria de Arte / G1)
Os manifestantes acusam o instituto de maltratar cães da raça beagle usados em pesquisas e testes de produtos cosméticos e farmacêuticos, além de usar no trabalho também coelhos e ratos. Segundo os ativistas, uma denúncia anônima havia alertado que os cães estariam sendo sacrificados desde as 14 de quinta (17) com métodos cruéis e que os corpos estariam sendo ocultados em um porão.
Ao Bom Dia São Paulo, o Instituto Royal afirmou que realiza todos os testes com animais dentro das normas e exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que a retirada dos animais do prédio prejudica o trabalho que vinha sendo realizado. Segundo o laboratório, que classificou a invasão como ato de terrorismo, a ação dos ativistas vai contra o incentivo a pesquisas no país.
Em 2012, apos receber uma denúncia contra o Instituto Royal, o Ministério Público de São Roque abriu uma investigação, ainda não concluída. "Foram feitas duas visitas. Uma delas por uma veterinária de uma organização internacional. Na época, nenhuma irregularidade foi encontrada", disse o promotor Wilson Velasco Júnior.
De acordo com ele, as pesquisas eram de empresas de cosméticos, mas a lei permite que os clientes do laboratório sejam mantidos em sigilo. Velasco Júnior afirma que a prática de vivissecção – a dissecação de animais vivos para estudos – é autorizada.
Boletim de ocorrência
De acordo com o delegado Marcelo Sampaio Pontes, foram lavrados na manhã desta sexta dois boletins de ocorrência. O primeiro deles é por maus-tratos, em que uma integrante do Movimento Frente Antivivisseccionista do Brasil afirma que foram ouvidos "vários gritos de cães" no local, que indicavam que "indicavam que os animais estavam sendo submetidos a tratamentos cruéis" e que "sentiam muita dor". Segundo ela, os gritos dos cães eram ouvidos quatro vezes ao dia.
O segundo boletim de ocorrência é de furto qualificado, com base no relato dos policiais que acompanharam a manifestação e a invasão no instituto. Segundo eles, ao chegarem no local o prédio já havia sido invadido por cerca de 30 pessoas. Em seguida, outras 50 entraram. Os policiais disseram que dependências do estabelecimento foram depredadas e que cães ali mantidos foram subtraídos. Eles afirmaram ainda que não houve agressões por parte dos manifestantes contra seguranças do local.
A patrulha afirmou ainda ao delegado que "várias pastas contendo documentos, bem como computadores medicamentos e placas de acrílico contendo o que parecem ser testes foram recolhidos e apresentados pelos policiais". Um advogado e representante do Instituto Royal acompanhou o registro do boletim.
Segundo o delegado Pontes, a polícia faz uma perícia no local ainda pela manhã. Ele disse que a única coisa comprovada até o momento é que os cachorros foram furtados.
Cães retirados de laboratório em São Roque (Foto: Reprodução/TV Tem)Cães dentro do laboratório de São Roque que foi 
invadido na madrugada (Foto: Reprodução/TV Tem)
Mais de 200 animais
Manifestantes disseram que o laboratório tinha mais de 200 animais. O protesto que reuniu cerca de 120 pessoas no local teve início às 20h de quinta, ganhando maior adesão no fim da noite. Os ativistas ficaram em frente ao prédio durante a madrugada, quando houve a invasão.
Segundo relatos dos ativistas, foi possível ouvir latidos supostamente de dor de cães. No fim da noite de quinta, a Polícia Civil de São Roque informou que registrou boletim de ocorrência sobre a denúncia de maus-tratos.
O protesto acontece desde sábado (12), mas ganhou adesões nesta quinta por causa de boatos de que a empresa estava preparando a retirada e o sacrifício dos animais, depois que três vans e um caminhão de pequeno porte entraram no laboratório durante a tarde. Os manifestantes cercaram o complexo e tentaram vistoriar veículos do laboratório. Houve um princípio de confusão porque um dos motoristas da empresa se negou a abrir o carro.
Uma reunião estava marcada para o fim da tarde de quinta-feira, com a presença de ativistas dos direitos dos animais, funcionários da prefeitura e representantes do laboratório. O encontro foi cancelado porque a empresa informou que, por segurança, não mandaria um representante.
O promotor Wilson Velasco Júnior afirmou que, em reunião com representantes de ONGs na quarta-feira (16), orientou para que os ativistas não invadissem o laboratório. "Quando eles invadiram e depredaram o laboratório eles destruíram provas", afirmou. "É primordial neste momento encontrar esses cães e apurar se eles podem causar algum dano à saúde de outros animais e das pessoas. Também precisamos examiná-los para saber se foram vitimas de maus tratos", completou o promotor.
Nota de esclarecimento
A empresa Royal Canin, multinacional de origem francesa que fabrica alimentos para animais domésticos, divulgou uma nota na manhã desta sexta-feira (18) informando que, apesar da similaridade entre os nomes das duas empresas, não possui qualquer relação com o Instituto Royal.
Veja a nota na íntegra:
A Royal Canin do Brasil esclarece que NÃO TEM NENHUM VÍNCULO com o Instituto Royal que vem sendo apontado como realizador de pesquisas invasivas em animais (cães beagles). Acreditamos que a associação feita por algumas pessoas deva-se ao fato da similaridade de nomes.

Não realizamos e nem apoiamos testes que possam trazer sofrimentos aos animais.

A Royal Canin do Brasil, ainda em 2012, quando este assunto veio à tona,  tomou todas as medidas legais cabíveis, junto a Promotoria de Justiça do GECAP - Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Ambientais e de Parcelamento Irregular do Solo da Comarca de São Paulo - SP,  para assegurar e comprovar a inexistência de qualquer relação entre a empresa e o referido Instituto.

A Royal Canin, empresa fundada em 1968, na França, e instalada no Brasil desde 1990, fica à disposição através dos canais de atendimento:

SAC: 0800 703 55 88 (de segunda à sexta-feira, das 08:00h às 17:00h)
SAC Site: http://cadastro.royalcanin.com.br

Vídeo do momento do resgate de beagles no laboratório do Instituto Royal, em São Roque, a 59 km de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira.

Assista ao vídeo com o momento da libertação dos cães:


Caso não consiga ver o vídeo clique aqui: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2013-10-18/veja-o-momento-do-resgate-de-beagles-em-laboratorio-de-sao-roque.html

Os ativistas percorreram os três andares do prédio e recolheram os animais, levando-os para fora do local. Segundo eles, havia pelo menos um cachorro morto e outros estavam com os pelos raspados. 
Fonte do vídeo: Ultimo Segundo

domingo, 20 de outubro de 2013

Porta dos Fundos - Garçom Vegetariano


http://youtu.be/NTE5j-qnpwo


http://www.youtube.com/watch?v=UKq2x6MULC0&feature=share&list=PLT0Smhj8chMWZhlf_tCS2DRzotnKiFPuj

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Lenin disse: "Um passo atrás pra dar dois a frente ", mas a tragédia humana é: "Um passo a frente, para dois passos atrás"

PREFEITURA REGULA ADOÇÃO DE ANIMAIS ABANDONADOS

  • Segunda, Jul 01 2013
Redação Na Tijuca

Decreto do prefeito Eduardo Paes, nesta segunda-feira (01/07), no Diário Oficial do Município, regula a adoção de cães e gatos abandonados em vias públicas e resgatados pela prefeitura e pela população, para entrega-los a adotantes.

Animais oferecidos à adoção devem estar recuperados, sadios e esterilizados, cabendo à Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais decidir sobre cadastramento e habilitação dos que se interessem a adotá-los. Esse cuidado também deve estender-se a providências quanto à organização e à regulamentação de eventos que visam à adoção, sem prejuízo de outras exigências previstas na legislação vigente.

Na justificativa, o decreto lembre ser crueldade o não acolhimento de animais abandonados na cidade e a necessidade de absoluta adequação às normas sanitárias. Segundo a Constituinte Federal, em seu artigo 225, compete ao Estado e à coletividade proteger a fauna e impedir a crueldade contra animais.

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CARTA PARA A POPULAÇÃO

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2013.
Carta aos amigos do Instituto Jorge Vaitsman,

Ontem fomos alvo de mais um decreto elaborado pelo Subsecretário de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, Arnaldo Levy Lassance, assinado pelo Prefeito Eduardo Paes, que vem, desde janeiro de 2011, progressivamente desmantelando a estrutura organizacional desta importante instituição de saúde pública e bem estar animal. Sem consultar a nossa Superintendente ou os gestores da unidade, e sem qualquer critério técnico ou
funcional, Dr. Lassance vem transferindo para um novo órgão - criado apenas por interesses pessoais e vaidade-, nossas instalações de laboratórios, vários cargos de chefia, serviços especializados e atividades que, ao longo de 97 anos de existência, foram criados, aperfeiçoados e oferecidos aos cidadãos do município e do Estado do
Rio de Janeiro por nós. 

O que este senhor, que está Subsecretário, desconhece é que nós, os funcionários desta casa, temos muito orgulho da história que ajudamos a escrever. As atividades veterinárias começaram neste local, atual avenida Bartolomeu de Gusmão, 1.120, há cem anos atrás (1913), sendo insticionalizadas em 28 de novembro de 1917. Começou com um posto criado para controle sanitário de animais produtores de leite (visando a detecção de doenças como a  tuberculose), que também prestava assistência clínica aos muares de tração utilizados em serviços públicos, como o de coleta de lixo. Também a cremação de animais mortos é desta época. Pouco tempo depois, passou a realizar serviços de captura de animais vadios e a produzir vacinas contra difteria, tétano e raiva. A partir da década de 30, incrementou o diagnóstico de raiva, na época, doença endêmica no Rio de Janeiro. Entre os anos 60 e 80, o perfil
mudou muito, a unidade deixou de fabricar vacinas e priorizou a triagem clínica e laboratorial para o diagnóstico de zoonoses. No curso de sua história, a instituição passou por muitas mudanças, inclusive no nome. A vinculação à Secretaria Municipal de Saúde ocorreu em agosto de 1975, com a fusão do Estado da Guanabara ao do Rio de Janeiro. De novembro de 1977 a janeiro de 2011, fez fama em todo o país como Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV). Nome dado em homenagem ao Dr. Jorge Vaitsman, pesquisador pioneiro no Brasil em zoonoses. Este nome deve-se, em parte, ao fato deste órgão ser uma das maiores fontes de referência para a população quanto a diagnóstico, profilaxia e tratamento de zoonoses importantes, como leishmaniose, esporotricose, leptospirose, entre outras.

Afora o que foi relatado, ao longo de mais de 40 anos, passamos a oferecer à população mais carente diversos outros serviços veterinários a que antes não tinha acesso, como: ambulatório clínico, centro cirúrgico que realiza mais de 200 tipos de procedimentos, exames laboratoriais de patologia clínica, anátomo-patológicos, parasitológiocos, bacteriológicos e micológicos de agravos não zoonóticos, diagnóstico por imagem e outros. Jamais deixamos de atender um animal porque seu dono não podia pagar, apenas por falta de vaga, porque nossa demanda por serviços é imensa, o que atribuímos à excelência dos profissionais que aqui trabalham. 

E não atendemos apenas à população, mas também a outras instituições de saúde, de educação, de segurança pública, às forças armadas, às secretarias de saúde de outros municípios do Estado e mesmo de outros Estados. Atendemos às ONGs de Proteção Animal, à SEPDA e à Unidade Paulo Dacorso Filho (UPDF, antigo CCZ), cujas ações de controle de zoonoses estão embasadas nos resultados dos exames aqui processados.

 Antes, orgulhosamente, dávamos também suporte laboratorial à Vigilância Sanitária, através do laboratório de análises de água, alimentos e produtos aqui criado e desenvolvido. Pois este foi o primeiro laboratório que nos foi sumariamente levado e doado à senhora Eliane Cardoso, farmacêutica funcionária do Estado, como o senhor Subsecretário, agraciada com um DAS para gerir um “pseudo-LACEM municipal”. Na verdade, fisicamente o laboratório continua aqui, consumindo quase toda a verba para reparos e manutenção que cabia ao Jorge Vaitsman e àq UPDF. Agora, depois do decreto de ontem, de número 37.490 de 07/08/2013, todos os demais laboratórios que restavam à unidade foram transferidos para o comando da referida senhora. 

E a população, o que ganhou com isso? NADA.

Na verdade, todas as novas atribuições que serão incorporadas ao nosso exlaboratório, poderiam ter sido acrescidas à antiga gerência, no bojo da unidade Jorge Vaitsman. Assim, veio acontecendo no decorrer de nossa história. A instituição cresceu incorporando novas atividades e qualificando seus profissionais.

Cabe a todos perguntar ao Prefeito Eduardo Paes: 

1- Quem ganha com todas essas mudanças no Jorge Vaitsman e na UPDF?

2 - Para quem vão as chefias tomadas da UJV e da UPDF?

3 - Por que tantos cargos gratificados com DAS na prefeitura são ocupados por servidores do Estado, em detrimento dos servidores municipais de carreira?

4 - No que pretende transformar a Unidade Jorge Vaitsman encolhendo-a assim? 

 Para terminar, repetimos, como forma de chamarmos atenção para nossa causa, limitaremos nosso atendimento ao diagnóstico laboratorial de raiva em animais comprometidos com agressão à humanos, à observação de animais agressores e aos casos clínico-cirúrgicos em que há risco iminente de vida para nossa clientela animal, dentro do horário de atendimento normal, por tempo indeterminado.

Funcionários da Unidade Jorge Vaitsman, 
ou como preferimos, do Instituto Jorge Vaitsman
ou posso divulgar em meu nome, porque é o que tenho vontade de dizer.

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Sérgio Cabral fecha laboratórios responsáveis pela análise de alimentos e bebidas
Jornal Bancário

Desde 14 de janeiro a população do Rio de Janeiro pode estar comendo e bebendo produtos contaminados. Por decisão do governador Sérgio Cabral Filho, foram desmontadas naquele dia, as instalações do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) e do  Laboratório de Classificação Vegetal, órgãos federais subordinados ao Ministério da Agricultura responsáveis pela análise dos alimentos de origem animal e vegetal, bebidas e da água consumida pela população dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A intenção do governador é demolir o prédio da Lanagro, que fica no entorno do Maracanã, para permitir a construção de um estacionamento a ser administrado por uma empresa privada. O mesmo destino teria o antigo Museu do Índio. Não houve, por parte de Cabral, a preocupação em preservar a saúde da população ou a nossa história, mas apenas beneficiar empreiteiras e administradoras de estacionamentos. 

Saúde pública em risco
Apesar da situação de extrema gravidade gerada pela desativação da Lanagro do Rio de Janeiro (há mais cinco unidades no país: Recife, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Pará e Goiás) a imprensa tem ocultado o fato, salvo raras exceções. Mas o cerco não para por aí. A Justiça Federal negou pedido de liminar em ação movida pelo Defensor Público da União, André Ordacgy, que pedia o cancelamento da ordem de desocupação do prédio. No dia 4 último, o antropólogo Douglas Carraro e o advogado André Luiz Costa de Paula entraram com ação popular, também com pedido de liminar, visando anular a desativação da Lanagro, determinar o retorno de seus equipamentos ao prédio ameaçado e cancelar a sua demolição. A ação ainda não foi julgada.
Na inicial da ação, lembram que a Lanagro e o Laboratório de Classificação Vegetal ao longo dos anos foram fundamentais para a preservação da saúde da população, detectando inúmeras contaminações de alimentos e bebidas. Ambos servem de apoio às ações de inspeção de produtos de origem animal e vegetal e para avaliação dos padrões de identidade e qualidade dos produtos, do ponto de vistaa da composição, condições higiênico-sanitárias e fraudes. “Para isso, analisam o pescado (fresco, congelado, salgado, conservas, etc); a carne (fresca, congelada, salgada, conservas, miúdos e etc); assim como produtos de salsicharia e embutidos; leite (fresco, esterilizado, desidratado, fermentado, modificado), bebidas lácteas, queijos, manteigas; ovos, mel, bebidas, vinhos nacionais e importados, vodka, conhaque, vinagre, nacionais e importados e óleos. Além da análise de todos os grãos (como milho, arroz, soja, trigo, lentilha, ervilha, sorgo e cevada), produzidos no país”.

Maior consumo aumenta risco

Com o Carnaval, a ausência de uma laboratório que dê suporte à fiscalização de alimentos e bebidas aumenta o risco de doenças. A ação cita, como exemplo, que as bebidas alcóolicas podem ter contaminantes químicos prejudiciais à saúde humana, tais como excesso de cobre, presença de cianeto, álcool metílico e metanol, corantes artificiais derivados de hulha (petróleo), entre outros. Nos alimentos, principalmente enlatados, pode ser detectada, por exemplo, a presença da bactéria causadora do botulismo, doença gravíssima e mortal. No leite e nos queijos, pode haver contaminação por brucelose. No amendoim e café por aflatoxinas, substância perigosa e cacerígena. Analisa-se, também, o excesso de água em frangos e peixes congelados, comercializados em supermercados e açougues. E até mesmo verifica-se a contaminação excessiva dos alimentos por agrotóxicos.
A ação frisa que, sem a Lanagro, se, por hipótese, algum fabricante de biscoitos entender de misturar asas de barata no chocolate, não haverá como fazer um controle pronto e imediato, capaz de detectar as partículas do inseto na comunida. “Sem os serviços prestados pelos dois laboratórios, os fraudadores contumazes de alimentos e bebidas serão incentivados a promover fraudes, já que, com certeza, saberão da ausência desses serviços no estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo”, destacam os autores da ação.

Turistas

Provavelmente a imagem do Brasil no exterior será prejudicada durante os próximos eventos que irão acontecer no Rio de Janeiro. Entre eles, a Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas. A cidade irá receber em torno de meio milhão de pessoas em cada um destes eventos internacionais. Portanto, os turistas estarão sujeitos ao mesmo risco de doenças transmitidas por alimentos. “O Rio de Janeiro, é o segundo mercado consumidor brasileiro, sendo incoerente que aqui não exista um laboratório para inspecionar os alimentos que consumimos”, diz a ação.

Transação ilegal

Assim como o antigo Museu do Índio, o complexo Lanagro e Laboratório de Classificação Vegetal (que prestam o serviço desde 1938) estão situados num terreno federal, negociado em 29 de outubro de 2012 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), subordinada ao Ministério da Agricultura, para o governo do estado do Rio. A transação foi feita através de uma Escritura de Promessa de Compra e Venda. Entretanto, o documento não foi registrado no Registro Geral de Imóveis porque existe uma ação de usucapião, de autoria do indígenas que ocupam o antigo Museu do Índio, que tramita na 8ª Vara Federal, em torno da posse do terreno.
A desativação do prédio da Lanagro, portanto, não poderia ter sido feita pelo governo Cabral, já que o terreno está sub júdice. A remoção dos equipamentos, avaliados em R$ 30 milhões, foi realizada pela Empresa de Obras Públicas (Emop), com autorização da Conab, ou seja, do Ministério da Agricultura. Todo o material dos laboratórios está estocado, sem nenhuma organização técnica, na garagem onde funcionam a Vigilância Agropecuária Internacional (Visagro) e o Instituto Nacional de Metereologia, na Rua Barão de Teffé, 27, bairro da Saúde. Os equipamentos permanecem desligados, sujeitos à oxidação, agravado pelo fato de estarem amontoados muito próximo ao cais do porto, recebendo os efeitos da maresia. É dinheiro público jogado no lixo.