PREFEITURA REGULA ADOÇÃO DE ANIMAIS ABANDONADOS
Decreto do prefeito Eduardo Paes, nesta segunda-feira (01/07), no Diário Oficial do Município, regula a adoção de cães e gatos abandonados em vias públicas e resgatados pela prefeitura e pela população, para entrega-los a adotantes.
Animais oferecidos à adoção devem estar recuperados, sadios e esterilizados, cabendo à Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais decidir sobre cadastramento e habilitação dos que se interessem a adotá-los. Esse cuidado também deve estender-se a providências quanto à organização e à regulamentação de eventos que visam à adoção, sem prejuízo de outras exigências previstas na legislação vigente.
Na justificativa, o decreto lembre ser crueldade o não acolhimento de animais abandonados na cidade e a necessidade de absoluta adequação às normas sanitárias. Segundo a Constituinte Federal, em seu artigo 225, compete ao Estado e à coletividade proteger a fauna e impedir a crueldade contra animais.
A intenção do governador é demolir o prédio da Lanagro, que fica no entorno do Maracanã, para permitir a construção de um estacionamento a ser administrado por uma empresa privada. O mesmo destino teria o antigo Museu do Índio. Não houve, por parte de Cabral, a preocupação em preservar a saúde da população ou a nossa história, mas apenas beneficiar empreiteiras e administradoras de estacionamentos.
Saúde pública em risco
Apesar da situação de extrema gravidade gerada pela desativação da Lanagro do Rio de Janeiro (há mais cinco unidades no país: Recife, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Pará e Goiás) a imprensa tem ocultado o fato, salvo raras exceções. Mas o cerco não para por aí. A Justiça Federal negou pedido de liminar em ação movida pelo Defensor Público da União, André Ordacgy, que pedia o cancelamento da ordem de desocupação do prédio. No dia 4 último, o antropólogo Douglas Carraro e o advogado André Luiz Costa de Paula entraram com ação popular, também com pedido de liminar, visando anular a desativação da Lanagro, determinar o retorno de seus equipamentos ao prédio ameaçado e cancelar a sua demolição. A ação ainda não foi julgada.
Na inicial da ação, lembram que a Lanagro e o Laboratório de Classificação Vegetal ao longo dos anos foram fundamentais para a preservação da saúde da população, detectando inúmeras contaminações de alimentos e bebidas. Ambos servem de apoio às ações de inspeção de produtos de origem animal e vegetal e para avaliação dos padrões de identidade e qualidade dos produtos, do ponto de vistaa da composição, condições higiênico-sanitárias e fraudes. “Para isso, analisam o pescado (fresco, congelado, salgado, conservas, etc); a carne (fresca, congelada, salgada, conservas, miúdos e etc); assim como produtos de salsicharia e embutidos; leite (fresco, esterilizado, desidratado, fermentado, modificado), bebidas lácteas, queijos, manteigas; ovos, mel, bebidas, vinhos nacionais e importados, vodka, conhaque, vinagre, nacionais e importados e óleos. Além da análise de todos os grãos (como milho, arroz, soja, trigo, lentilha, ervilha, sorgo e cevada), produzidos no país”.
Maior consumo aumenta risco
Com o Carnaval, a ausência de uma laboratório que dê suporte à fiscalização de alimentos e bebidas aumenta o risco de doenças. A ação cita, como exemplo, que as bebidas alcóolicas podem ter contaminantes químicos prejudiciais à saúde humana, tais como excesso de cobre, presença de cianeto, álcool metílico e metanol, corantes artificiais derivados de hulha (petróleo), entre outros. Nos alimentos, principalmente enlatados, pode ser detectada, por exemplo, a presença da bactéria causadora do botulismo, doença gravíssima e mortal. No leite e nos queijos, pode haver contaminação por brucelose. No amendoim e café por aflatoxinas, substância perigosa e cacerígena. Analisa-se, também, o excesso de água em frangos e peixes congelados, comercializados em supermercados e açougues. E até mesmo verifica-se a contaminação excessiva dos alimentos por agrotóxicos.
A ação frisa que, sem a Lanagro, se, por hipótese, algum fabricante de biscoitos entender de misturar asas de barata no chocolate, não haverá como fazer um controle pronto e imediato, capaz de detectar as partículas do inseto na comunida. “Sem os serviços prestados pelos dois laboratórios, os fraudadores contumazes de alimentos e bebidas serão incentivados a promover fraudes, já que, com certeza, saberão da ausência desses serviços no estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo”, destacam os autores da ação.
Turistas
Provavelmente a imagem do Brasil no exterior será prejudicada durante os próximos eventos que irão acontecer no Rio de Janeiro. Entre eles, a Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas. A cidade irá receber em torno de meio milhão de pessoas em cada um destes eventos internacionais. Portanto, os turistas estarão sujeitos ao mesmo risco de doenças transmitidas por alimentos. “O Rio de Janeiro, é o segundo mercado consumidor brasileiro, sendo incoerente que aqui não exista um laboratório para inspecionar os alimentos que consumimos”, diz a ação.
Transação ilegal
Assim como o antigo Museu do Índio, o complexo Lanagro e Laboratório de Classificação Vegetal (que prestam o serviço desde 1938) estão situados num terreno federal, negociado em 29 de outubro de 2012 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), subordinada ao Ministério da Agricultura, para o governo do estado do Rio. A transação foi feita através de uma Escritura de Promessa de Compra e Venda. Entretanto, o documento não foi registrado no Registro Geral de Imóveis porque existe uma ação de usucapião, de autoria do indígenas que ocupam o antigo Museu do Índio, que tramita na 8ª Vara Federal, em torno da posse do terreno.
A desativação do prédio da Lanagro, portanto, não poderia ter sido feita pelo governo Cabral, já que o terreno está sub júdice. A remoção dos equipamentos, avaliados em R$ 30 milhões, foi realizada pela Empresa de Obras Públicas (Emop), com autorização da Conab, ou seja, do Ministério da Agricultura. Todo o material dos laboratórios está estocado, sem nenhuma organização técnica, na garagem onde funcionam a Vigilância Agropecuária Internacional (Visagro) e o Instituto Nacional de Metereologia, na Rua Barão de Teffé, 27, bairro da Saúde. Os equipamentos permanecem desligados, sujeitos à oxidação, agravado pelo fato de estarem amontoados muito próximo ao cais do porto, recebendo os efeitos da maresia. É dinheiro público jogado no lixo.
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