quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Veterinários criam hospital público para animais em São Paulo
Os melhores amigos dos paulistanos agora têm direito a tratamento de saúde gratuito. É o primeiro hospital público para animais de estimação. A novidade se mostrou necessária, em um país com mais de 50 milhões de animais de estimação. E onde uma consulta com veterinário não custa menos do que R$ 50. Tratar desses animais é questão de saúde pública. O Bom Dia Brasil acompanhou um dia movimentado nesse hospital público de bichos.
Foi a maldade de alguém que levou Paulinho à lona. "Deram um veneno para ele, ele não estava comendo, não estava andando, nem nada”, conta Guilherme Andrade, de 9 anos.
E foi o amor aos animais que o trouxe de volta. “Eu não acreditava mais que ele ia sobreviver. Elas ficaram durante 1h30 tentando com o balão de oxigênio, com injeção. Ele teve convulsão e elas não desistiram dele”, diz Débora Andrade, vendedora.
Dona Maria, que se considera mãe do cachorrinho, não tinha como pagar a consulta particular do médico veterinário. E deu graças aos céus por encontrar este lugar. “Eu estou feliz, porque quando eu o vi naquela situação, chorei muito. Sofri muito, eu amo muitos os animais”, diz, emocionada, Maria Helena Andrade, aposentada.
O hospital existe quase dois meses na capital paulista. Foi criado pela Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo, que administra o serviço com uma verba municipal. Por isso, todo o atendimento é de graça. Mas só para o dono que está incluído em programas sociais ou que é considerado de baixa renda, sem condições de pagar pelo tratamento do bichinho.
“São pessoas que nunca passaram por um veterinário, que mal passaram por um médico, quanto mais os seus animais. Então nós percebemos que têm pessoas que chegam até nós constrangidas, têm vergonha de olhar nos olhos do veterinário, não se sentem no direito”, explica Renato Tartalia, diretor administrativo.
O serviço tem capacidade para atender 70 casos por dia, incluindo consultas, retornos, internações, exames e cirurgias. Mas a necessidade é tão grande que já chegaram a passar pelo hospital cerca de 150 animais em um único dia.
“Tem alguns que acabam marcando, principalmente pela gravidade. Esses que voltam mais vezes, estão mais graves, a gente acaba criando um vinculo maior”, afirma Cauê Toscano, cirurgião veterinário.
Em todo o Brasil, existem cerca de 55 milhões de cães e gatos, de acordo com a Associação de Produtos para Animais de Estimação. Muitos acabam abandonados, como o caso da Belinha. Denise a encontrou na porta de casa, doente. E, mesmo assim, fez questão de adotar a cadela e lutar pela recuperação da vira lata.
“Eu agradeço a Deus por todas as pessoas que cuidam dos animais, por esse lugar abençoado. Estou realmente muito satisfeita”, diz a motorista.
A verba que a prefeitura destina ao hospital de animais é de cerca de R$ 600 mil por mês. E, por causa da grande demanda, os administradores já procuram um imóvel próximo para ampliar o atendimento.
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O hospital atende das 8h às 18h, de segunda a sábado, na rua Professor Carlos Zagotis, número 3.
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